Por Eduardo Pena
Fui com minha filha no final de semana do lançamento do filme Noé. Uma super produção que traz para as telas um enredo baseado na história bíblica do Dilúvio relatado em Gênesis.
O que me levou ao cinema, em que pese gostar muito de filmes, foi justamente ser uma ficção embasada num relato bíblico. É claro que não fui observar se o filme mantém ou não fidelidade com a narrativa original. Hollywood não tem essa missão. A produção não é cristã. Portanto minha expectativa era assistir uma boa produção em cima de uma história que intriga a humanidade até os dias atuais.
E o que vi e percebi?
Fica evidente no filme o paradoxo entre o bem e o mal representado por dois segmentos na humanidade a partir de Adão: A linhagem de Caim e a linhagem de Sete, o terceiro filho (substituto do justo Abel) do primeiro casal.
A descendência de Caim, os rebeldes que, por não obedecerem ao Criador foram condenados a serem andarilhos pela terra, se fixa e constrói cidades fortificadas. No filme fica em destaque de como esta decisão trazia destruição à Criação. Um processo de depravação e destruição cada vez mais crescente – qualquer semelhança com o processo urbanizador que vivemos hoje não é mera coincidência.
Noé é descendente de Sete e submisso ao Criador. Preocupado com a subsistência sem destruição ao meio ambiente, passa a ser andarilho com sua família, fugindo da destruição dos homens citadinos. Recebe uma revelação divina de que haveria uma destruição do mundo, sendo instruído a fazer uma arca para salvar sua família e as espécies de cada animal.
Interessante foi a forma retratada pelo filme sobre esta dualidade bem e mal. A dicotomia não está entre homens extremamente maus contra homens extremamente bons. O paradoxo do bem e do mal está dentro de cada um. A família de Noé não é perfeita. Noé não é retratado como um super herói. Noé é falível e isso fica bem explícito no filme.
A arca que salva, não salva o lado perfeito da humanidade. A arca salva uma humanidade caída. A diferença está na sintonia em viver alinhada com a vontade do Criador. Por isso, a loucura da arca denuncia a loucura de uma humanidade afastada do Criador. A arca salva a humanidade da sua própria destruição. O Dilúvio seria o meio de lavar e limpar a natureza da própria ação destrutiva do homem. A única chance de recomeço para a humanidade era estar dentro da arca, que aponta para um Criador resoluto em permanecer numa parceria com o homem.
Aí fica para mim as indagações: Quem de fato estava destruindo o planeta? Quem de fato estava salvando o planeta?
Estou comparando este teu texto com aquele de quase dois anos atrás sobre profecia, e impressionada com a assertividade do seu argumento! Se continuar desse jeito a mono vai até ser publicada!
Abraços e parabéns pela reflexão.
Obrigado pela avaliação. Na verdade esse texto é de Eduardo Pena, com quem venho juntando material para o site.